Serviços eleitorais integram ação de inclusão e cidadania para quilombolas

A programação realizada no território Baixo Itacuruçá, no dia 06 de junho, atendeu moradores de 10 comunidades da Associação dos Remenecentes de Quilombo das Ilhas de Abaetetuba (Arquia), que abrange cinco mil famílias.

A programação realizada no território Baixo Itacuruçá, no dia 06 de junho, atendeu moradores de ...

O educador Claudelmiro Rodrigues foi um dos primeiros a chegar ao ônibus do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE do Pará), estacionado em frente ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras), da comunidade quilombola Baixo Itacuruçá, que fica a 41 km do centro de Abaetutuba, sendo 13 km deles por uma estrada de terra, chegando a quase uma hora de viagem até a localidade, que também tem acesso pelo rio que dá nome ao território.

O Claudelmiro procurou a unidade móvel do TRE do Pará porque precisava transferir o local de votação da sede para a comunidade onde vive desde que nasceu, há 55 anos. "Uma ação como essa aqui é de suma importância porque fazer qualquer procedimento na cidade é muito complicado. Além de perder um dia de trabalho, ainda temos os custos com passagem e alimentação. Ou seja, é uma série de problemas", afirmou.

Além da transferência do título, o TRE do Pará ofereceu revisão dos dados cadastrais, biometria e alistamento. Com 16 anos de idade, Michel Maciel aproveitou para emitir o primeiro título de eleitor. Para ele, o voto é uma forma de lutar por direitos. "Meu sonho para o futuro da comunidade é de melhorias na vida de todos com mais investimentos, como um posto de saúde e oportunidades de trabalho", declarou o estudante.

Com o projeto "Sou Quilombola, Anote Aí", durante os atendimentos, a população foi orientada a informar a cor da pele, a raça e a comunidade onde vive e pertence. Os dados são para ajudar a fortalecer a representatividade dos povos quilombolas nas estatísticas oficiais e, assim, na implantação de políticas públicas específicas. A medida é mais uma conquista, segundo a presidente da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo das Ilhas de Abaetetuba (Arquia), Mayara Abreu.

"O maior desafio para os povos quilombolas é ter acesso a serviços públicos de qualidade dentro dos territórios. Isso porque o transporte é difícil por causa da distância e das estradas precárias. E o título de eleitor é importante para exercer nosso direito ao voto, conquistado com muita luta. Então reconhecer a nossa identidade quilombola é fundamental para fortalecer o orgulho de quem somos e ao mesmo tempo reafirmar que o nosso chão é a nossa vida porque estamos diretamente ligados a ele e a natureza que ajudamos a preservar", disse Mayara.

Além das questões referentes ao título, o TRE levou para a comunidade os projetos "Eleitor do Futuro" e "Vem Treinar", por meio da Escola Judiciária Eleitoral (EJE). "Estamos chamando a atenção especialmente em relação ao voto para senador que agora são dois candidatos não sendo possível votar duas vezes na mesma pessoa. E esse treinamento contribui para o uso da urna eletrônica de forma correta e rápida, sem deixar de conferir os dados antes de confirmar nas eleiçoes gerais de 2026", explicou a servidora Keylaf Miranda. 

No Baixo Itacuruçá, onde vivem mais de 300 famílias, os moradores também receberam diversos outros serviços de cidadania, inclusão, justiça e saúde. A ação atendeu também outras nove comunidades integrantes da Arquia, que abrange cerca de 5 mil famílias.

Realizada no dia 06 de junho, a programação foi fruto de parceria entre o Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec/TJPA), Justiça Federal, Equatorial Energia, Faculdade Faci, Esamaz, Prefeitura Municipal de Abaetetuba, entre outras instituições que ofereceram serviços no evento.

"Essas parcerias, que permitem aos cidadãos que moram em locais distantes e de difícil acesso tirar documentos importantes para exercer seus direitos, são essenciais. E para nós, que somos servidores públicos, é muito gratificante trabalhar diretamente com essas comunidades, sempre tratando as pessoas com todo carinho e respeito", destacou o servidor Zilomar Pereira, que coordenou o trabalho do Regional paraense, durante a ação em Abaetetuba.

 

Texto: Elissandra Batista / Ascom TRE do Pará.

Imagem: Leonardo Moraes / Ascom TRE do Pará.

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