Presidente do TRE do Pará participa do 87º Coptrel, em São Paulo
Os desafios para as eleições de 2026 foram o principal foco dos debates no encontro que reúne os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais de todo o Brasil.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE do Pará), desembargador José Maria Teixeira do Rosário, participou do 87º Encontro do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (Coptrel). O evento teve início com as tradicionais reuniões dos diretores-gerais e assessores de comunicação, que antecederam a abertura oficial realizada na noite da quinta-feira, 20 de março.
A solenidade, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Floriano de Azevedo Marques; o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, além do prefeito Ricardo Nunes. A cerimônia foi conduzida pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), desembargador Silmar Fernandes, que também preside o Coptrel.
No discurso de abertura, Silmar Fernandes ressaltou a importância do encontro como oportunidade para compartilhar experiências, aprender com os desafios enfrentados em diferentes regiões e, principalmente, construir um futuro mais eficiente e inovador para a Justiça Eleitoral brasileira. “Temos a missão de aprofundar a colaboração entre os Tribunais Eleitorais, fortalecer a confiança mútua e aprimorar o nosso trabalho conjunto, com vistas a assegurar que o sistema eleitoral brasileiro continue a ser um dos mais respeitados e eficientes do mundo”, afirmou.
Na sexta-feira (21), os presidentes dos TREs de todo o Brasil se reuniram para uma agenda de debates, com palestras e apresentação de projetos dos Tribunais Eleitorais, que buscam constantemente inovação e melhorias nos serviços, atendimentos e processos de inclusão do eleitorado brasileiro. O presidente do TRE-SP e do Coptrel abriu a reunião principal do encontro, juntamente com o ministro Floriano Marques, que relacionou a velocidade da internet com a necessidade de respostas rápidas da Justiça Eleitoral.
“Há 10, 15 anos, um candidato veiculava conteúdo falso sobre outro em programa eleitoral, e se podia decidir em dois, três dias para garantir direito de resposta. Hoje temos que decidir em tempo real, porque o conteúdo viraliza nas redes sociais e faz um estrago rápido. O tempo nos obriga a tomar decisões tempestivas”, ressaltou o ministro do TSE, que também citou o equilíbrio na visibilidade das propagandas pela Internet, o uso da Inteligência Artificial (IA) e a paridade de gênero nas candidaturas como grandes desafios para a garantia da integridade e lisura do processo eleitoral brasileiro.
Após a fala do ministro Floriano Marques, o cientista político Antonio Lavareda ministrou a palestra “Cenários 2026 - Projeções e Desafios”, apontando a questão das abstenções como um fenômeno a ser enfrentado. Logo em seguida, o juiz substituto do TRE de São Paulo, Diogo Rais, especialista em enfrentamento à desinformação e direito digital, abordou as perspectivas tecnológicas também com foco no pleito do próximo ano.
Segundo o professor, a evolução tecnológica transformou as plataformas digitais em curadoras de conteúdo, o que exige uma regulamentação direcionada aos disparos ilegais em massa e não apenas na veracidade dos conteúdos individuais. “Não vamos resolver esse problema só enxugando gelo. Se seguirmos o dinheiro e atacarmos os negócios criminosos e maliciosos, temos mais chance de ter sucesso do que controlando se o meme que aquela pessoa compartilhou é verdadeiro ou falso”, argumentou.
Para o presidente do TRE do Pará, as trocas de experiências sobre temas fundamentais para o sistema eleitoral brasileiro possibilitam novas ideias e reflexões. "São assuntos inovadores e no dia a dia do trabalho nem sempre temos a oportunidade de refletir sobre essas questões. Então, esses encontros são importantes para que o profissional reflita de forma positiva, busque mais conhecimento e se aprimore para entregar um trabalho de qualidade. E para nós que atuamos na história eleitoral, é importante saber que ela funciona de forma efetiva e a sociedade certamente agradece", avaliou o desembargador-presidente José Maria Teixeira do Rosário.
A programação do evento também incluiu a apresentação das propostas dos diretores-gerais e dos assessores de comunicação do Tribunais aos presidentes. As deliberações do 87º Coptrel, a leitura e assinatura da Carta de São Paulo encerraram os debates do encontro, na capital paulista. Na Carta, os presidentes dos TREs destacam, entre outros pontos, que "a legislação eleitoral precisa ser modernizada, com urgência, para adaptar-se ao uso das novas tecnologias, que têm transformado a forma como as campanhas eleitorais são desenvolvidas, de modo a garantir a transparência, a equidade e a integridade do processo democrático".
Coptrel - Fundado em 1995, o Coptrel é uma sociedade civil sem fins lucrativos que tem como objetivo principal discutir e encontrar soluções para os desafios da Justiça Eleitoral, promovendo o fortalecimento da democracia no Brasil.
Texto: Elissandra Batista / Ascom do TRE do Pará, com informações do TRE-SP.
Imagens: Divulgação 87º Coptrel.