O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE do Pará) se une à sociedade, neste mês de novembro, na luta contra ações ou omissões que causem qualquer tipo de dano físico, psicológico, sexual, moral ou patrimonial motivados pela identidade ou orientação de gênero. Para isso, está promovendo uma ampla campanha sobre o tema nas redes sociais do tribunal, denominada “Todas e Todos por Elas”.

Além das postagens nos canais de comunicação na internet, o TRE organizou uma programação especial para marcar as datas relacionadas à luta global contra a violência de gênero, que contará com ações nos dias 25, 26 e 27 de novembro de 2025, em celebração ao Dia Internacional da Luta pela Eliminação da Violência contra a Mulher (25 de novembro). A data reforça a necessidade de ações para erradicar todas as formas de violência contra meninas e mulheres.

Tanto a campanha nas redes sociais como a programação dos eventos, buscam promover a reflexão, sensibilização e mobilização social em torno do enfrentamento à violência de gênero. A ação justifica-se pela relevância social e educativa do tema, considerando que o feminicídio é a expressão mais grave da desigualdade de gênero e exige ações institucionais de caráter preventivo, educativo e simbólico.

Campanha nas redes sociais

Produzida pela Assessoria de Comunicação Institucional do TRE do Pará, a campanha iniciou no dia 5 de novembro e vai até 10 de dezembro, data em que se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos e que marca o término da campanha “21 Dias de Ativismo pela Fim da Violência contra a Mulher”, do Conselho Nacional de Justiça. A campanha é composta de cards e vídeos que destacam a importância de dar visibilidade ao tema.

Programação dos eventos

No dia 26/11, a programação terá início às 9h, no Plenário Antônio Koury, no prédio-sede do TRE do Pará, com a roda de conversa “Diálogos por Elas - Rompendo silêncio, Salvando vidas”, durante a qual serão debatidos temas relacionados à violência de gênero, com a participação das especialistas:

Reijjane Ferreira de Oliveira: Ouvidora da Mulher no TRE do Pará e juíza da 73ª Zona Eleitoral, também é juíza titular da 1ª Vara Criminal Distrital de Icoaraci. Além disso, atua ainda como juíza da mulher e coordenadora do Comitê Deliberativo de Participação Feminina do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA).

Daniele Boulhosa da Rocha: Chefe da Seção de Apoio Médico, Odontológico e Psicossocial (SAMOS) do TRE do Pará, é formada em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com residência em Psiquiatria pela Fundação Hospital das Clínicas Gaspar Viana. Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, também integra a Diretoria da Associação Paraense de Psiquiatria.

Alethea Maria Carolina Sales Bernardo: Escrivã de Polícia Civil do Estado do Pará, é doutoranda em Teoria do Comportamento, pela Universidade Federal do Estado do Pará, e, também, em Criminologia, pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto. Com mestrado em Segurança Pública pela UFPA, já atuou na Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, com experiência em enfrentamento à violência doméstica e familiar contra mulher, e crimes sexuais.

Lívia Moura: Professora da graduação em Direito na Faculdade Metropolitana da Amazônia - FAMAZ, também é pesquisadora e vice-coordenadora do Núcleo de Estudos em Gênero, Raça, Interseccionalidades e Direito (NEGRIDI) da Universidade Federal do Pará (UFPA)/CNPq, onde é responsável pela linha de pesquisa "Gênero, Raça e Poder". Atualmente realiza Estágio Pós-Doutoral em Direito e Relações Raciais no PPGD/UFPA.

No dia 27/11, durante a manhã, na sede do tribunal, haverá uma oficina de defesa pessoal (Krav Maga).

Como surgiu a ideia da campanha e dos eventos

O diretor-geral do TRE do Pará, Bruno Giorgi Almeida, explica como surgiu a ideia da campanha. "Nasceu ainda na época em que a Geordana foi assassinada. Enquanto amigos, sentimos muito a dor do pai dela, porque sabíamos o amor que ele tinha por ela, o quanto acreditava na carreira de modelo da filha e como aquela menina representava esperança para uma família simples, mas cheia de afeto", relembra.

Naquela época, segundo o diretor-geral, iniciou um forte desejo de transformar a dor em algo maior, uma iniciativa que pudesse ressignificar a memória da jovem. "Pensei em uma exposição no nosso Centro Cultural, mas, na época, eu não era diretor-geral e essa vontade ficou guardada. Quatro anos depois, com a responsabilidade e a possibilidade de realizar, finalmente pude dar vida a essa ideia. A campanha surgiu desse sentimento: a vontade de transformar a perda em voz, a dor em cuidado, e a memória da Geordana em proteção para outras mulheres", explica.

Para montar a programação, o diretor-geral do TRE do Pará, ressalta que levou em consideração que a homenagem à Geordana não poderia ser apenas um gesto simbólico, ela precisava gerar impacto real, por isso envolveu diversas unidades do TRE do Pará. "E, aí sim, posso dizer que essa parte não nasceu só de mim. Quando compartilhei a ideia da exposição, os servidores do tribunal sentiram o propósito da mensagem e se uniram de uma forma muito bonita. Eles ampliaram o escopo e transformaram a homenagem em um grande projeto guarda-chuva, chamado ‘Todas e Todos por Elas’", celebra.

Por conta disso, além da exposição, o evento ganhou ainda uma roda de conversa com mulheres que são referência no enfrentamento à violência, oficinas de defesa pessoal para mulheres e uma campanha forte nas redes sociais. "Sou profundamente grato à minha equipe, porque eles abraçaram esse projeto como um verdadeiro propósito, com a mesma vontade de salvar vidas que me move desde o início. Nada disso seria possível sem eles", conclui.

Texto: Alexandra Cavalcanti / Ascom TRE do Pará.

Imagem: Elaynia Ono / Ascom TRE do Pará.