O Tribunal Regional Eleitoral (TRE do Pará), reconhecido por garantir eleições seguras e transparentes, além de promover a cidadania, tem ganhado cada vez mais destaque em outra frente: a adoção de práticas sustentáveis que contribuem para a redução dos impactos ambientais e para o enfrentamento da crise climática na Amazônia, temas discutidos na 30º Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém. Uma dessas ações, o Projeto Carbono Zero, inclusive foi selecionado e apresentado durante a 2ª Conferência Internacional de Sustentabilidade no Poder Judiciário, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT8), no último dia 14/11, na capital paraense, como parte da programação do Poder Judiciário na COP 30.
O evento contou com a presença do presidente do CNJ, ministro Edson Fachin, e do especialista em direito ambiental Michel Prieur, professor da Universidade de Limoges, na França, entre outros convidados.
A chefe da Seção Socioambiental e de Acessibilidade e Inclusão do TRE do Pará, Lísia Dias, responsável por apresentar o projeto Carbono Zero, durante o evento, explica como vem sendo implementado o Carbono Zero no TRE do Pará. “Temos feito o inventário de emissão de gases de efeito estufa do Tribunal. Fizemos um plano de descarbonização e já descarbonizamos dois eventos, o Fast Labs 2025 e o VERDEMOCRACIA com compra de crédito de carbono. Na ocasião, fizemos dois plantios simbólicos, mas estamos fazendo as atividades de plantio no município de Capanema, no nordeste paraense, e vamos plantar 1.600 mudas de árvore nativa na Reserva Unidade de Regeneração do Rio Garrafão”, detalha.
Além do Carbono Zero, atualmente a gestão do TRE do Pará vem investindo em projetos como o Sustentou!, Eco Rota 360 e 5 Rs em Movimento, integrando o Regional às políticas de gestão socioambiental, alinhadas às diretrizes estabelecidas pelo CNJ. As iniciativas vão desde a modernização de processos internos até o investimento em redução de resíduos.
O diretor-geral do TRE do Pará, Bruno Giorgi Almeida, destaca que “a sustentabilidade não é uma pauta acessória para o Tribunal, ela é uma diretriz estratégica da nossa gestão. Está na Amazônia nos impõe uma responsabilidade ainda maior: precisamos ser exemplo de compromisso ambiental dentro do serviço público. Por isso, estruturamos um programa de sustentabilidade baseado na redução de impactos, na modernização da infraestrutura e na mudança de cultura institucional”, garante.
Neste ano, o diretor-geral reforça que projetos concretos foram iniciados para tornar o Tribunal mais verde. “Estamos concluindo a usina fotovoltaica, em Santarém, ampliamos ações de gestão de resíduos e reciclagem, implantamos iniciativas de eficiência energética e consumo consciente, utilizamos Inteligência Artificial para criar rotas inteligentes no deslocamento de veículos no interior do estado, medimos, reduzimos e compensamos a emissão de gases do efeito estufa e incorporamos critérios de sustentabilidade às nossas contratações. Também estamos investindo em educação ambiental e no engajamento dos servidores, porque a transformação só acontece quando envolve pessoas”.
Para ele, o objetivo é claro. “Reduzir a pegada ambiental do Tribunal, preparar a instituição para os desafios climáticos e honrar o território em que estamos inseridos. A Amazônia exige de nós uma postura ativa, e o TRE do Pará está fazendo a sua parte, com planejamento, responsabilidade e visão de futuro.
Ações
Outras ações de combate à crise climática estão sendo encampadas pelo Regional paraense. “Vamos trocar os contratos de combustível para priorizar o uso do etanol; fizemos parceria para o uso de carros de aplicativos; estamos trocando sistematicamente os aparelhos de ar condicionado por outros mais econômicos e vamos começar a substituí-los por aparelhos que trabalham com gás não poluente”, enumera a chefe da Seção Socioambiental e de Acessibilidade e Inclusão do TRE do Pará.
A logística das eleições também passou por transformações. O TRE do Pará vem planejando rotas mais eficientes para o transporte de urnas eletrônicas, por exemplo, e otimizando o uso de combustível. “O Projeto EcoRota 360, da Secretaria de Administração, utiliza rotas inteligentes para fazer transportes para as zonas eleitorais, uma economia significativa e uma redução importante na queima de combustível fóssil, que é o nosso maior poluidor”, afirma Lísia Dias.
Nesse aspecto, ela cita ainda o Projeto 5R em Movimento, da Gestão Patrimonial. “Com ele a gestão do patrimônio é planejada por meio de rotas inteligentes, com a diminuição da queima de combustível fóssil”, acrescenta.
Outro avanço importante encampado pelo TRE do Pará está na digitalização crescente dos procedimentos administrativos e judiciais. A substituição de documentos impressos por sistemas eletrônicos reduziu consideravelmente o consumo de papel e a necessidade de transporte de materiais entre zonas eleitorais — medidas que diminuem as emissões associadas à logística.
Ao reforçarem a sustentabilidade como parte estratégica de sua gestão, o TRE do Pará mostra que o fortalecimento da democracia pode — e deve — caminhar ao lado da preservação ambiental. O resultado é um sistema eleitoral mais moderno, eficiente e alinhado às necessidades globais de mitigação da crise climática.
Texto: Alexandra Cavalcanti / Ascom TRE do Pará.
Fotos: Ana Beatriz Manarte / Ascom TRE do Pará.


