Exposição “Todas e Todos por Elas: vozes por Geordana” está aberta no CCJE

A mostra, que poderá ser visitada até o dia 17 de janeiro de 2026, é um convite à reflexão para o combate ao feminicídio que, só em 2024, no Brasil, registrou 1.492 vítimas da violência de gênero, que atinge principalmente as mulheres negras.

A mostra, que poderá ser visitada até o dia 17 de janeiro de 2026, é um convite à reflexão para ...

O vestido planejado para um desfile que não se concretizou é o elemento principal da instalação artística no primeiro piso do Centro Cultural da Justiça Eleitoral do Pará (CCJE-PA). Vinte rosas vermelhas contornam o traje e representam a idade em que a modelo Geordana Farias foi assassinada pelo ex-namorado, em setembro de 2021, no município de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. E em cada rosa, o nome de mulheres que, como Geordana, perderam a vida pelo simples fato de serem mulheres.

Nas paredes, fotografias retratam a beleza, a força e a história da modelo: da infância ao futuro interrompido de forma brutal. A exposição “Todas e Todos por Elas: vozes por Geordana” foi aberta ao público na noite da terça-feira, 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. A mostra, que poderá ser visitada até o dia 17 de janeiro de 2026, é um convite à reflexão para o combate ao feminicídio que, só em 2024, no Brasil, registrou 1.492 vítimas da violência de gênero, que atinge principalmente as mulheres negras.

“Mais que uma homenagem, esse projeto representa a luta constante da família. Mas o amor que compartilhamos é maior que qualquer violência, e que esta exposição inspire, transforme e respeite o legado eterno de mulheres como a Geordana. A violência de gênero não é um problema das mulheres, mas de todos nós. Que as vozes que ressoam aqui hoje permaneçam presentes em cada passo de nossa jornada", destacou o diretor-geral do TRE do Pará, Bruno Giorgi Almeida, idealizador da exposição. 

A vernissage reuniu familiares e amigos da modelo em um momento de muita emoção. “A Geordana era e sempre será o amor da minha vida. Hoje, quatro anos depois da tragédia, o sentimento predominante é a gratidão por este projeto, que considero de extrema importância, porque serve como um alerta, fonte de esperança e conscientização. Lutei muito por justiça em memória da Geordana, e espero que a história dela mude o presente e o futuro de muitas outras mulheres", declarou o pai, Guilherme Farias.

A exposição também destaca outras 16 histórias de mulheres assassinadas no Brasil, incluindo os casos emblemáticos da atriz Daniela Perez, da missionária Dorothy Stang e da vereadora Mariele Franco. As duas últimas vítimas da violência política de gênero. "Eu não consigo dizer que é uma exposição bonita, porque estamos falando de perda. Mas é uma exposição que provoca reflexão. A mensagem é clara: o feminicídio é um crime praticado por homens, e por isso, a mostra é destinada a todos, mas principalmente para que os homens venham aqui e vejam o que poderia ter sido e não foi", ressalta a curadora Karina Martins.          

A programação contou ainda com a performance “Eu que morra”, que impactou e sensibilizou o público. "Esse trabalho explora abusos, violências e mortes femininas, mas principalmente o poder da arte como cura, potência criativa e ferramenta de visibilidade. Nosso objetivo é comover, alertar e conscientizar sobre as diversas formas de violência sofridas por nós mulheres, incluindo as psicológicas, físicas e sexuais", informa a atriz e autora da performance Julianne Stael, que na apresentação é acompanhada pelos músicos Jéssica Brito e João Feijão. 

Entidades que atuam diretamente no enfrentamento aos diversos tipos de violência contra as mulheres, no estado, participaram da vernissage relatando a luta para transformar a sociedade ainda imersa no machismo estrutural que machuca e mata meninas e mulheres. Entre essas vozes, por todas as Geordanas, estavam a coordenadora do Núcleo de Proteção à Mulher do Ministério Público do Pará, Renata Cardoso; a coordenadora adjunta do Curso de Direito do Cesupa, Nathália Bentes; a coordenadora do Núcleo de Prevenção e Enfrentamento à Violência de Gênero da Defensoria Pública, Larissa Machado; e ainda a delegada Ana Paula Correa, da Secretaria de Segurança Pública do Pará.          

Instituições que trabalham pela equidade racial e de gênero foram representadas pela servidora Renata Souza, do Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA); e pelo secretário René Sousa Junior, da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), que integra o Pacto Pró-Equidade Racial do TCE. “O TRE também é signatário desse pacto que aborda ainda a questão da violência contra a mulher, em particular a mulher negra. Tudo está interligado, formando uma rede, e não podemos mais silenciar sobre essa questão. E o Tribunal agora se junta a essa luta com determinação, integrando ao calendário do Centro Cultural a data de 25 de novembro, dia internacional pelo fim da violência contra as mulheres”, informou a coordenadora do Comitê Gestor do CCJE, Nathalie Castro. 

Outro momento marcante na vernissage foi a exibição do documentário “Vozes por Geordana”, produzido pela Assessoria de Comunicação Institucional (Ascom) do TRE do Pará. Com 20 minutos, o vídeo é marcado por depoimentos que destacam as memórias da modelo, que amava e sonhava em crescer cada vez mais na profissão. 

A juíza Reijjane Ferreira de Oliveira, Ouvidora da Mulher do TRE, o secretário de Auditoria, Evandro Ramos; e a chefe de gabinete da Presidência do Tribunal, Ana Flávia de Sousa, estiveram presentes na abertura da mostra.

 

Serviço: Exposição “Todas e Todos por Elas: vozes por Geordana”

Visitação: até o dia 17 de janeiro de 2026.

Local: Centro Cultural da Justiça Eleitoral.

Horário: 8h às 14h, de segunda a sexta-feiras.

Endereço: Rua João Diogo, 288, bairro da Campina, no Centro Histórico de Belém.

 

Texto: Elissandra Batista / Ascom TRE do Pará.

Imagens: Ana Beatriz Manarte e Leonardo Moraes / Ascom TRE do Pará.

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