Mauro Fernandes é um rapaz que, por causa de uma úlcera que ameaçava a sua vida, se mudou em 2009 para a ilha do Marajó, onde encontrou o mel de abelha com jucá, a planta de amor crescidoe o turú que lhe salvaram. Depois disso, dedicou os próximos quatro anos a agradecer a terra por esses remédios, com uma homenagem.

“Um Olhar Amazônico – Natureza Exuberante”é o nome da exposição que está agora no Centro Cultural da Justiça Eleitoral do Pará. Mauro conta que são, ao todo, 600 fotos, mas somente 44 foram selecionadas para ficar no salão, mostrando um pouquinho de cada personagem que fez parte da saga do fotógrafo na ilha até o começo deste ano.

Entre os personagens, temos animais, jovens, velhos, índios, caboclos, pescadores, árvores, água e muito mais do que se pode listar por aqui. Temos um velho que, segundo Mauro, tem mais de 100 anos de vida e nunca usou uma sandália. Sua voz “parece um trovão” e encontra no tabaco e na cachaça de mandioca o momento mais relaxante do seu dia, enquanto senta ao lado de sua esposa, quase da mesma idade.

Distanciam-se da vida moderna – nenhum contato com a tecnologia, a não ser com a câmera de Mauro. Seus filhos e netos procuram seguir o mesmo estilo de vida, sendo fiéis a cultura e música amazônica em sua forma mais pura. Já os bisnetos, nem tanto.

O que nos leva a algumas das personagens mais jovens: as belas moças marajoaras, que podem ser vistas na exposição em toda a sua glória. Fazem faculdade e trabalham na cidade grande. Segundo Mauro, uma delas está em uma viagem no sul do país, e segue a carreira de modelo.

Entre os outros seres que fazem parte da exposição, estão os répteis e anfíbios que transpiram veneno, mas que não impediram Mauro de tirar as fotos bem te perto. Quando quis saber por que se arriscou tanto, ele disse “Valeu o risco para homenagear o Marajó. A vida só vale a pena quando a gente faz alguma coisa que faria falta. Como essa homenagem”.

A exposição ficará até o dia 31 de outubro de 2014 e a entrada é franca.