Muito se fala sobre o nível de segurança das urnas eletrônicas utilizadas nos pleitos realizados no Brasil. Suspeitas sobre a violação e adulteração de dados estão sendo investigadas. Porém nenhuma comprovação de fraude durante os 22 anos de utilização de urnas eletrônicas no país.

Na manhã desta terça-feira, 30, aconteceu o seminário de Segurança da Urna Eletrônica, no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. O evento foi aberto ao público e teve como intuito apresentar um panorama do processo eleitoral informatizado no país.

O Ministro Luiz Fux, Presidente da Corte Eleitoral, abriu oficialmente o evento. Em seguida, o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, falou sobre os principais assuntos referentes à urna eletrônica, esclarecendo mitos e verdades relacionados à segurança.

“O Brasil é referência mundial em processo eleitoral informatizado. Mais de 30 países adotam o sistema brasileiro. Não há caso de fraude comprovado durante os 22 anos de utilização deste sistema. Têm suspeitas e investigações. Mas nada comprovado. O TSE aposta em várias barreiras de segurança. Isso representa eficiência e transparência no processo de votação”, declarou.

Região Norte

Durante a apresentação, Giuseppe Janino, destacou as particularidades da região Norte do Brasil, pelas características diferenciadas e uma geografia que impõe diversas barreiras para realizar um processo eleitoral. O TSE considera que existem, pelo menos, 1500 localidades de difícil acesso, sendo cerca de 500 aldeias indígenas, onde, para esses locais, é necessário investir ainda mais em tecnologia avançada para computar os votos de forma eficiente.

Felipe Brito, Secretário de Tecnologia da Informação do TRE do Pará, participou do Seminário. Sobre as particularidades da região Amazônica, ele destaca que o Pará possui o maior número de seções eleitorais, de locais de votação, e dentro dessa complexidade de acesso, tem áreas ribeirinhas que levamos até 5 dias para chegar com a urna eletrônica. Tem ainda localidades que só é possível chegar de helicóptero e avião.

"Neste processo de avanços tecnológicos da Justiça Eleitoral, o Pará tem participação direta na melhoria do processo de votação eletrônica, uma vez que teve avanço significativo no processo de recadastramento biométrico, que é um fator que garante a segurança do voto, através da impressão digital, única do eleitor. O TRE do Pará trabalhou bastante durante 2017 e 2018 para dar um salto de 22% para 63% do eleitorado cadastrado biometricamente”, destacou Felipe.

Participação da Sociedade

O Seminário de Segurança da Urna Eletrônica teve como objetivo apresentar e esclarecer dúvidas sobre o funcionamento do processo eleitoral – especificamente, da urna eletrônica. Neste sentido, após a apresentação, foram exibidos vídeos de eleitores que fizeram perguntas nas ruas. Foram abordados temas como computação de votos, votos impressos, fraudes e segurança de urnas. Quem respondeu foram Osvaldo Catsumi Imamura, pesquisador titular do Instituto de Estudos Avançados do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, colaborador do Tribunal Superior Eleitoral e consultor da Organização das Nações Unidas; e Antonio Esio Salgado, Coordenador de Tecnologia da Informação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e integra as equipes de desenvolvimento e especificação de novos modelos de Urnas Eletrônicas, nos projetos conduzidos pelo TSE.